quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Família é amor

Em novembro passado comemoramos a aprovação, pelo Parlamento português, da adoção por casais homossexuais. Esta semana o Presidente da República vetou essa lei e devolveu-a ao Parlamento. O ainda Presidente da República considera que deve haver um "amplo e esclarecedor debate público" sobre a adoção plena por casais do mesmo sexo para que se possa introduzir uma alteração "tão radical e profunda" na lei. Curiosamente para as leis que nos obrigam a trabalhar mais, a ganhar menos, a pagar mais impostos, taxas e sobretaxas, não é considerado necessário ouvir e esclarecer o povo.

A lei será aprovada novamente por maioria no Parlamento e o Presidente não poderá vetá-la pela segunda vez, segundo a nossa Constituição. Sabendo disto por que o fez? Talvez não seja fácil esconder uma mentalidade retrógrada e preconceituosa, não sei. Não consigo entender como é possível considerar que uma criança está melhor a viver numa instituição do que com uma família que a ame. Porque família é isso mesmo: amor. E amor não tem cor, nem idade, nem orientação sexual. Amor é amor. 

(via Lux)
O Luís é modelo, o Eduardo é o cabeleireiro das famosas. O Luís e o Eduardo conheceram-se, apaixonaram-se, começaram a namorar, casaram. Casaram mesmo, de papel passado, como qualquer outro casal que assim o deseje. Porque é isso que eles são, um casal como outro qualquer. E depois do casamento a família foi aumentando: primeiro o Bernardo, um menino com Trissomia 21 que apadrinharam num primeiro momento e depois adotaram (O Eduardo adotou no papel e os dois adotaram-no no coração), depois a Lurdes que foram buscar a um orfanato na Guiné e, por fim, o Eduardo que veio do mesmo orfanato da Lu. Inclusivamente o bebé recebeu este nome como forma de agradecimento, por parte dos responsáveis do orfanato, pelo acolhimento da menina. As três crianças são, por enquanto, adotadas legalmente apenas pelo Eduardo porque um indivíduo solteiro pode adotar, mas no caso de um casal homossexual apenas um deles o pode fazer. Felizmente vem aí uma nova lei para mudar isso e, assim, o Eduardo vai continuar a ser o pai e o Luís o papá do Bernardo, da Lu e do Edu, não só no coração mas também no papel. 

No Alta Definição do último fim de semana, Daniel Oliveira entrevistou o Luís, no que se tornou uma das melhores entrevistas de sempre do programa. 

O Luís conta toda a sua história, desde que foi abandonado pela progenitora numa pensão quando tinha dois meses, até ao momento atual em que se sente feliz e realizado com a família que criou e a carreira que construiu. Um depoimento fantástico que aconselho a verem com uns lenços por perto, porque eu duvido que não deixem cair uma lágrima ou outra. 


Quem diz que o Eduardo, o Luís, o Bernardo, a Lu e o Edu não são uma família, não entende nada do que é uma família. E menos ainda de amor.

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